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terça-feira, 5 de julho de 2011

OPINIÃO SOBRE O TRANSITO MATERIA DO JORNAL A VOZ DA COMUNIDADE

Opinião
25.05.2011

O mundo unido para reduzir pela metade os acidentes de trânsito
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 145,9 mil pessoas, vítimas de acidentes de trânsito, foram internadas no ano passado e tiveram tratamento coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS)


O Brasil ocupa hoje o 5º lugar entre os países recordistas em acidentes de trânsito (com 38 mil mortes por ano), precedido pela Índia, China, EUA e Rússia.

Com base no assustador e crescente número de mortes no trânsito, a Organização Mundial de Saúde – OMS elaborou um relatório que aponta que no ano de 2009 ocorreu cerca de 1.3 milhões de mortes no transito em 178 países. Com estes números alarmantes a Organização das Nações Unidas – ONU lançou uma resolução proclamando o período de 2011 a 2020 com a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”.

Para atender este chamamento o Brasil lançou no dia 11 de maio, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes de Trânsito – Pacto pela Vida. O objetivo é mobilizar a sociedade e reunir ações para reduzir pela metade, até 2020, o número de vítimas de acidentes de trânsito no País.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 145,9 mil pessoas, vítimas de acidentes de trânsito, foram internadas no ano passado e tiveram tratamento coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um custo de cerca de R$ 187 milhões. Dos acidentados, 78,3% eram homens e a maioria das pessoas internadas no período tinha entre 15 e 59 anos. A Região Sudeste concentrou quase metade dessas internações (44,9%).

As estatísticas revelaram ainda que, para cada grupo de 100 mil brasileiros, 76,5 foram internados em 2010 em decorrência de acidentes de trânsito. As maiores taxas estão entre motociclistas: 36,4 vítimas para cada 100 mil habitantes.

Entretanto, com todo este apelo da ONU e, principalmente, com os números apresentados, o Brasil ainda não se deu conta que o tema “Trânsito” deve ser tratado como uma das prioridades do Governo, e ser incluído como um tema de Política Pública. No entanto, os nossos governantes continuam insensíveis a todo este movimento, pois, passados cinco meses do atual Governo, ainda não foi indicada e nomeada a principal autoridade que rege o trânsito no país.

Hoje morrem todos os dias no Brasil o equivalente a queda de um avião com duzentas pessoas, porém, o Governo, a Imprensa e a própria sociedade perderam o poder de indignação com os acidentes de trânsito, a não ser pelas famílias que são vitimadas, e muitas vezes destruídas, pelos efeitos das fatalidades. Para os demais as mortes não passam de estatísticas.

A Prefeitura da cidade de São Paulo lançou no mesmo dia 11 de maio a campanha denominada “Programa de Proteção ao Pedestre”, que vai implementar oito Zonas de Máxima Proteção ao Pedestre na capital paulista até o final do primeiro semestre deste ano. Além de sinalização especifica, as zonas terão reforço de agentes de trânsito para garantir que motos e carros não invadam as faixas de pedestre durante a travessia das pessoas. Esperamos que esta ação não fique concentrada apenas na região central da cidade e que a mesma possa ser implantada em todas as regiões, especialmente na Zona Leste.

Para alcançarmos os objetivos da ONU de reduzir pela metade as mortes no trânsito, será necessário um conjunto de ações que passam necessariamente pela educação de trânsito, pelo aprimoramento da formação dos novos condutores, pela mudança de comportamento, e mais uma serie de ações, contudo, para que ocorra este grande movimento, o maior protagonista deve ser o Poder Público, caso contrário, continuaremos a conviver com ações isoladas e desarticuladas e, possivelmente, no final da década estaremos ocupando o primeiro lugar de países recordistas em acidentes de trânsito.

Magnelson Carlos de Souza
magnelson@uol.com.br

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