Introdução
Todos
sabem que eu gosto de contar histórias. Tanto assim que o Sr Bispo de Cajazeiras
motivado pele desejo de conhecer
melhor o lado desconhecido da vida do Padre Rolim me pediu ,insistentemente
que escrevesse algo para mostrar a
face ignorada do grande Educador.
Por sua vez, o Bispo queria que mostrasse o Santo que não aparece nos relatos históricos até então
apresentados nos livros. Diante
desse questionamento , um impasse: onde
encontrar as fontes necessárias que pudessem
fornecer os dados históricos para revelar essa imagem oculta
do primeiro Santo cajazeirense ?
Passei
então a fazer uma releitura dos livros e
escritos que estivessem ao alcance, como quem está garimpando , foi quando percebi nas entrelinhas o fio de ouro
com que poderia
tecer não o mito, mas , o perfil
, o verdadeiro lado do Santo que
foi e que é o
Padre Inácio de Sousa Rolim.
Nesse
trabalho de pesquisa fui
coadjuvado e apoiado de modo determinante pelo
padre José de Andrade que se antecipou nessa trajetória no campo das pesquisas, viajando por várias
regiões do Nordeste , buscando ,
incansavelmente, nos arquivos paroquiais , nos contatos com pessoas
idosas,ainda sobre existentes
que testemunhavam de viva voz
tudo quanto sabiam de ouvi dizer
das virtudes heróicas do
Padre Mestre . Por outro lado,já dispunha de
várias informações via de conversação com meus antepassados , avós e bisavós que conviveram ,diretamente com o
Padre Rolim , sendo eles
parentes próximos ,como
sobrinhos em primeiro e segundo graus , todos
depunham em favor
da santidade do padre Inácio.
De
posse desse acervo de informações
fidedignas , me dei conta de que
poderia
Iniciar, sem medo de
errar,um pequeno relatório da vida e
missão do Padre Rolim.
O trabalho em apreço levará o nome de Cartilha por sua
singeleza e brevidade , sem a mínima
pretensão de ter esgotado o assunto. Deixo ao critério do leitor o trabalho
de dar a sua opinião , discutir e tirar as conclusões.
1
Origem
do Rolim
Sem a menor preocupação de narrar figuras avoengas
parece interessante destacar a origem da família Rolim.Dr. Isidoro
Mons Rolim era um médico francês ,
residente em Penedo ,Alagoas,onde havia mais dois médicos,na segunda metade do
século XVIII; um desses foi morto e
o Dr. Isidoro foi denunciado como autor do crime.Isidoro Mons Rolim não suportou o peso da acusação e faleceu .
A família,
temendo alguma retaliação ,retirou-se para
o Cariri no Ceará donde se espalhou
pelo interior do Ceará ,vindo um dos netos, Vital de Sousa Rolim parar no extremo oeste da Paraíba,onde se instalou no
logradouro denominado Serra Vermelha.Em 1795,
contraiu casamento com Ana Francisca de Albuquerque,filha do sesmeiro Luis Gomes de Albuquerque que
doou ao genro uma data de terra,a data de Lagoa de São Francisco.A partir desse
enlace matrimonial estava formada a família Rolim no sertão paraibano,
que em seguida fixou residência no sitio
Serrote.Desse casamento houve dez filhos:
Alexandre de Sousa Rolim
Joaquim de Sousa Rolim
Inácio de Sousa Rolim ( o futuro padre)
Manuel de Sousa Rolim
Rita Maria de Jesus
José de Sousa Rolim
Antonia Teresa de
Jesus
Joana Francisca de
Albuquerque
Maria Florência das
Virgens.
Após o nascimento
do terceiro filho(Inácio) ,Vital passou a residir no baixio das Cajazeiras,onde
instalou sua residência definitiva ao redor da qual se formou uma povoação.
O casal Vital e Ana
era benquisto pelos vizinhos que logo deram a Ana o vocativo de Mãe
Aninha,figura meiga,suave,iluminada de bondade e piedade cristã.Apesar de
senhora de escravos,prestava indistintamente os serviços de parteira a todas
mães pobres.Com esses predicados só
poderia dar aos próprios filhos uma excelente educação baseada nos princípios
da Fé Cristã.Todos cresceram e se promoveram num ambiente de muita paz e
harmonia fraterna,formando novas famílias.Um desses se destacou pela
vocação:Inácio,o terceiro na ordem cronológica.
2
O
CARISMÁTICO
Inácio de Sousa
Rolim nasceu no sítio Serrote,aos 22 de Agosto de 1800,conforme registro de
batizado realizado na Capela do Rosário de São João do Rio do Peixe,celebrado pelo capelão, o padre
Inácio da Cunha Siqueira. O
referido documento registrado no arquivo da paróquia do Jardim do Rio do Peixe,paróquia de Nossa
Senhora dos Remédios de Sousa a baixo transcrito:
“Certifico
que revendo os livros de acento de batizados desta Freguezia,em um deles achei
o acento mencionado neste requerimento cujo teor é o seguinte: “Ignácio filho
legítimo de Vital de Sousa Rolim e Anna Francisca de Albuquerque,nasceo aos 22
de Agosto de 1800,e foi batizado com os SS. Oleos ,de minha licença ,no
Oratório de São João pelo padre Ignácio da Cunha Siqueira ,aos oito de Setembro
do dito anno e foram padrinhos Luiz Gomes de Albuquerque Júnior e sua mulher
Francisca Xavier de Mello.desta Freguezia , do que mandei fazer este acento em
que me assinei. O cura Luiz José Correia de Sá.E nada mais continha o dito
acento.Ita in fide Parochi. Ass.Luiz José Correia de Sá . Vigário da Villa de
Sousa.
Da sua
primeira infância, do pequeno Inácio ,quase
nada se pode saber, vivendo na primitiva fazenda no Baixio das Cajazeiras com seus pais e irmãos numa vivência simples
de menino da roça.Informações dadas por Telma Cartaxo que afirma ter ouvido dizer que Mãe Brasa ou Ana Brasilina de Sousa
Rolim,sobrinha do padre Rolim contava
que o pequeno Inácio desde a idade mínima se revelou o menino prodigioso de
grande vivacidade.Jamais lhe faltou o fascínio pela natureza,observando as
plantas ,as flores,os pássaros que o deixavam numa atitude de contemplação.Não
era um desligado,excêntrico e sim um
menino inteligente adornado de virtudes excepcionais.Informações essas que foram
repassadas de viva voz às gerações
futuras.
A
respeito de sua educação,Celso Mariz ,numa conferencia sobre o Colégio Padre
Rolim ,por ocasião do Centenário ,lamenta que NAS PESQUISAS sobre a
vida do padre Rolim não ficou devidamente registrada sua primeira fonte do aprendizado.O que existe de
certo é que ao sair de Cajazeiras para ampliar seus conhecimentos,já tinha
formado seu caráter,firmado sua índole seguindo as molduras do ambiente
familiar.
O que
mais caracterizava o garoto Inácio era sua vida de piedade ,muitas vezes foi
surpreendido em oração,naquele colóquio com o seu Deus do amor infinito,dando
sinais de sua vocação à vida consagrada.
3
A
VOCAÇÃO
Consta
que Mãe Aninha teria um desejo de ter um filho padre,porém jamais revelou esse
intento a fim de não interferir na vocação dos filhos.Com certeza ,estaria
acompanhando de perto ,ainda
mais,estimulando o progresso espiritual do filho Inácio que desde cedo
manifestava inclinação à vida religiosa.
Quando
esteve na Vila do Crato,estudando
Latim,no período de 1815 a 1817,sempre deu um testemunho de fé e conduta
cristã,conforme depoimento do vigário daquela freguezia ,incluído no processo
de ordenação sacerdotal:”afirmo que Inácio Rolim residiu nesta Freguezia do
Crato por quatro anos e nesse período se conduziu com louvável
procedimento cristão”.Afirma o padre Carlos da Silva Saldanha.
Em
outro documento exigido pela Cúria de Sé de Olinda a fim de receber as
primeiras ordens sagradas,o padre Luis José Correia de Sá declara:”Inácio de
Sousa Rolim é bem morigerado,de boa conduta e bem inclinado à vida religiosa”.
Quando
voltou a Cajazeiras, onde permaneceu por mais de um ano ,aguardando recursos para sua manutenção no
Seminário,durante esse período permaneceu em verdadeiro tirocínio de vida
espiritual.
Admitido no Seminário de Olinda a 22 de
Setembro de 1822,após alguns exames a que se submeteu,foi considerado
devidamente preparado para iniciar os cursos regulares administrados naquela casa de formação
sacerdotal.
De
início,no internato,mereceu a confiança dos superiores e a admiração dos
colegas pelo bom exemplo de piedade e conduta modelar.Antes mesmo de receber
qualquer investidura eclesiástica,já integrava a equipe de formadores do
Seminário na função de CENSOR e depois
de Bedel ,além de integrar o corpo docente,como professor de grego.
Durante
todo o tirocínio do Seminário não consta que Inácio tenha voltado alguma vez a
Cajazeiras.È provável que durante as férias aproveitava o tempo para realizar exercícios
espirituais ou até mesmo fazer algum
trabalho pastoral em alguma paróquia da diocese de Olinda.
Concluindo
o período de formação no Seminário , encetou a tarefa de preparação para as
ordens sagradas com os exercícios espirituais que antecederam às ordenações.
4
A ORDENAÇÃO
Com
certeza,um dos mais belos capítulos dessa história aconteceu em 1825. Tendo concluído os cursos
seminarísticos dentro do espaço mínimo de três anos e tendo sido dispensado dos intervalos legais entre as
ordenações,aos 30 de Julho desse ano,o menorista Inácio Rolim recebeu a primeira tonsura e já
no dia 31 do mês em curso as ordens menores,em cerimônias realizadas na igreja
da Congregação do Oratório do Recife. Em seguida,aos 15 de Agosto do mesmo ano
foi ordenado subdiácono.Com pouco mais de um mês ,recebeu o diaconato aos 25 de
Setembro,na Capela do Palácio Episcopal de Olinda.
Finalmente,no
dia 2 de Outubro de 1825, em local não especificado,foi ordenado presbítero
Esse momento foi muito especial,levando em consideração a
carta de Ordenação escrita e assinada pelo então bispo de Olinda.Essa carta de
Ordenação esteve em mãos do seu sobrinho neto,Higino Sobreira Rolim que passou
esse documento para os arquivos do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba
que o reproduziu em artigo da autoria do Cônego
Florentino Barbosa que lhe deu a seguinte tradução do original em latim:
“ Dom Tomás de Noronha,da Ordem
dos Pregadores,por graça de Deus e da Santa Sé Apostólica bispo de Olinda.
A todos e a cada um dos que virem
as presentes letras fazemos saber que,no Ano do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte cinco,Nós,no exercício de nossas funções
promovemos segundo os ritos e ordenamos o nosso dileto filho,em
Cristo,Inácio de Sousa Rolim,natural da
paróquia do Rio do Peixe,na Província da Paraíba pertencente ao Bispado de
Pernambuco,filho legítimo de Vital de Sousa Rolim e sua mulher Ana Francisca de Albuquerque,examinado
segundo a forma do Sagrado Concílio de Trento em todos os requisitos e aprovado na Igreja da Congregação do
Oratório da cidade do Recife desta
diocese,no dia 30 do mês de Julho a Prima Tonsura,no dia seguinte 31, as
quatro ordens menores , e na capela do nosso palácio episcopal de Olinda,no dia
15 de Agosto ao Subdiaconato; e no dia 25 de Setembro ao
Diaconato;finalmente,no dia 2 de Outubro do mesmo ano,ao Sagrado
Presbiterato,sob a direção do Espírito Santo.Em fé do que ,assino as presentes
letras que lhes entregamos autenticadas com o
nosso selo.O presente documento foi passado no dia 20 de Outubro do
mesmo ano,como assina.
Tomás ,bispo,governador do
bispado.”
Após a leitura dessa calorosa e
carinhosa carta comendatícia do bispo de Olinda ,não há mais de que duvidar das
virtudes e carismas que ornamentavam a
alma do jovem sacerdote o padre Inácio de Sousa Rolim.
5
ESPÍRITO
DE RENÚNCIA
O padre Inácio,ordenado
sacerdote,com certeza,desejaria,de imediato voltar ao sertão paraibano,onde
poderia desempenhar seu ministério entre seus conterrâneos.No
entanto,permaneceu no Seminário de Olinda,em obediência ao bispo que o nomeou
Reitor do Seminário,além de professor de grego,ofício que já desempenhava
desde que ali chegou como aluno.No
exercício desses encargos demonstrou não apenas suas potencialidades de mestre
,mas também seu espírito de obediência e
renúncia.
Na vida do padre Rolim se pode
constatar uma constante atitude de desapego de sua própria vontade que o
deixava afastado de toda vanglória,orgulho e vaidade.Não foram poucas as
oportunidades que lhe foram dadas de se auto promover,como professor de
grego,latim e de outros idiomas que dominava com facilidade.Convidado a
lecionar no Liceu Pernambucano e até no Colégio Pedro II,no Rio de Janeiro,a
tudo renunciou.Outra vez,convidado a assumir a pasta de Secretário de Educação
da Paraíba,não aceitou.Até mesmo no exercício de suas funções ministeriais de
padre,jamais aceitou o cargo de pároco ou vigário,contentava-se com o simples
trabalho de capelão de alguma capelinha abandonada no meio das comunidades mais
distantes e desprezadas do sertão.
Como professor,após obter as
devidas licenças para voltar ao interior da Paraíba,precisamente,a Calazeiras
dedicou-se à humilde atividade de
fundador da Escolinha da Serraria onde ensinava as primeiras letras às crianças
dos sítios vizinhos.Depois,transferiu a escola para o povoado das
Cajazeiras,onde deixava o ensino a cargo
dos seus parentes,sobrinhos e aderentes para se dedicar,durante meses
seguidos,ao trabalho de evangelizar e celebrar Missas e batizados de crianças
filhos dos escravos nas fazendas do interior do Ceará,do Rio Grande do
Norte,como se pode constatar nas pesquisas feitas,ultimamente, pelo padre José
de Andrade,nas Paróquias do interior cearence,de Milagres,Missão Velha,Crato
,Barbalha,no antigo Cococi e Taboleiro de Areia,também no Rio Grande do Norte
,em Serra Negra pertencente à paróquia de Caicó onde se encontram vários registros de batizados do seguinte teor:
“Gonçalo,filho natural de Anna escrava de Antonio Pereira Mariz,morador desta
Freguezia do Seridó ,nasceu aos trinta
de Setembro de 1843 e foi batizado com os Santos óleos ,na Fazenda da Conceição
desta Freguezia a hum de Novembro do
mesmo anno pelo padre Inacio de
Sousa Rolim,de minha licença;foram padrinhos
Nicolau e Mariana,escravos solteiros,do que para constar mandei fazer
este assento que assino:”
O vigário,Manuel José Farias.
Como este há dezenas de registros
de batizados feitos pelo padre Rolim nas paróquias,onde costumava ir em suas
andanças missionárias,sem a mínima pretensão de ganhar dinheiro ou qualquer
recompensa financeira.
Nas fazendas onde permanecia por
vários dias consecutivos,renunciava ao conforto de casa grande para se confinar
em qualquer casebre abandonado onde ele mesmo cozinhava as suas próprias refeições e alí mesmo
rezava e dormia no chão duro.Esse é testemunho de todas as pessoas antigas que
conviveram com o padre Mestre , como era conhecido .
6
O ASCETA
O padre
Inácio ouviu o apelo do Mestre que lhe disse :” Se alguém quiser me seguir tome
a sua cruz...”esse forte apelo penetrou profundamente em sua alma.
Alguns
biógrafos do padre Rolim,em prosa ou poesia destacaram a figura impar do grande educador do Sertão por esse prisma
e pelo qual mereceu ser condecorado com
as insígnias de Comendador na Ordem de Cristo e da Rosa.Insígnias tais que ele
jamais usou,ao contrário ,em sinal de renúncia as ofertou a um
amigo,pedindo-lhe que fizesse delas o
que melhor parecesse.
O padre
Mestre como era tratado ,se identificava por sua simplicidade de vida e costumes.Não
possuía sequer um casa de residência.Em Cajazeiras,morava num pequeno quarto
anexado à escolinha.Nesse cubículo,nada de conforto ou luxo,não havia
cama,dormia sobre um banco de madeira,uma tábua larga sem forro ou qualquer acolchoado,usando
como travesseiro um tijolo de barro ou um livro.Também não havia cadeira,qualquer tipo de assento.Num
recanto,a cozinha,onde fazia ele mesmo sua alimentação frugal,de acordo com
informações de Leonardo Lins de Albuquerque,seu sobrinho em segundo grau,sua
refeição constava apenas de algumas vagens de feijão que ele cozinhava com
casca e tudo e acrescido de pequena porção de carne de preá,uma vez por
dia.Para fazer essa parca alimentação dispunha apenas de uma panela de barro
,um prato,colheres e nada mais.
Quando
saia de casa ,nas suas andanças missionárias,normalmente,não se hospedava na
casa da fazenda,preferia se instalar numa casinha qualquer,onde dormia no chão
e não admitia presença de pessoas,particularmente de mulher.Como em sua residência,
também preparava suas refeições.
Nessas
viagens ,às vezes longas,não utilizava charruas,viajava montado nalgum
animal.Sendo mais
próximo,fazia uma caminhada,às vezes por dias inteiros.
Instalado
em qualquer logradouro,onde devia fazer alguma missão,não ficava ocioso, utilizava
o tempo para a oração e meditação.Visitando as famílias era bastante
comunicativo,pelo que granjeou muitas amizades por todo o interior do
sertão.Sua simplicidade atraia não só
adultos,mas também jovens e crianças.Meninos,muitos dos quais ,seguindo o seu exemplo se ordenaram
sacerdotes.
7
ORIENTADOR
VOCACIONAL
O padre
Rolim foi realmente o grande Educador:enquanto dirigia e ensinava na sua
ESCOLINHA ou no COLÉGIO ,a partir de 1843 ,quando foi equiparado e se tornou um
centro de Educação de referência em todo o interior do sertão,atraindo jovens
estudantes de todos os recantos,o padre Mestre não tinha por objetivo apenas
transmitir conhecimentos lingüísticos e
científicos,mas no seu relacionamento com os educandos ia imprimindo nesses os sentimentos de
respeito,dignidade, ao mesmo tempo em que despertava em todos a própria
vocação a partir de suas
potencialidades.Nesse empenho de orientador vocacional despertou em alguns
desses jovens a vocação específica para a vida consagrada,como sacerdotes.Foram
eles:Dom Joaquim Arcoverde,primeiro Cardeal da América Latina,seu irmão,o Cônego
Antonio Arcoverde,padre Cícero Romão Batista,Pe.Joaquim Theodósio,Pe.Joaquim
Machado,além dos padres Francisco Manuel,Antonio Manuel,Bernardino de
Morais;fora desses os parentes e conterrâneos :Padres Nazário David de Sousa
Rolim,Manuel Mariano de Albuquerque,Eliodoro Pires da Silva Rolim,João da Cunha
Rolim,José Tomás de Albuquerque,Anselmo Duarte Rolim e o Mons.Sabino de Sousa
Coelho e outros,como os cearenses Fausto Correia e Ernesto Correia.
A
maioria desses padres se formaram nos Seminários de Olinda,outros no Seminário
da Praínha , em Fortaleza,mas todos
foram orientados pelo exemplo e pela
palavra do padre Rolim.
Não há como
esquecer o grande número de homens públicos que se destacaram no cenário dos
professores,juristas,dos políticos e governantes que passaram pelos bancos do Colégio
do padre Rolim em Cajazeiras.Todos esses marcados e impregnados de
responsabilidade a partir daquela formação
humana,marcadamente,plena de consciência e austeridade.
8
ANJO
DA CARIDADE
O padre
Mestre,no ser ministério e relacionamento com as comunidades primava pela
caridade.A prática dessa virtude se intensificava por ocasião das grandes secas ,quando faltava o alimento
na mesa dos mais pobres.O padre Rolim multiplicava os esforços para aliviar a
fome de todos quantos eram atingidos
pelas intempéries da natureza.Nas secas de 1877 a 1879 chegou a fechar as
portas do Colégio para focalizar toda
sua atividade a serviço dos flagelados pela seca.
No
entanto,a demonstração de sua extrema caridade se manifestou quando explodiu o
primeiro surto do Cólera morbus que se espalhou rapidamente em todo o interior
do nordeste,no ano de 1856.Dessa vez ,o padre Rolim utilizou uma terapia
preventiva,retirando o alunado de Cajazeiras para as bandas dos Inhamuns ,no
interior do alto sertão do Ceará , onde
poderia manter os jovens estudantes
a salvo do contágio da peste devastadora.O traslado dos alunos foi
narrado por Irineu Pinto no seu livro Datas e Notas para a História da Paraíba em que reproduz os
relatórios dos presidentes da Província,em termos candentes,a cerca da terrível
devastação do Cólera.Do índice alarmante de óbitos tomamos conhecimento por meio
dos registros e assentos de
óbitos nos arquivos das paróquias.
Com a notícia do segundo surto da doença, em
1862 o padre Rolim resolveu bater de
frente com a praga,permanecendo em Cajazeiras.Enfrentou as conseqüências que a peste traria a seu povo e seus alunos.Não
arredou o pé.Ao contrário ,dedicou-se de modo impressionante ao serviço dos
pestilentos numa atitude heróica : organizou uma enfermaria ao lado do Colégio na qual prestou
inestimáveis serviços aos doentes,serviço religioso com a administração dos
Sacramentos,também exercendo um serviço de fito terapia a partir de plantas
medicinais aliviava o sofrimento dos doentes.Assumindo essa tarefa de
enfermeiro corria os riscos do contágio direto e punha em risco sua própria vida.
Na realidade, toda essa atividade era uma demonstração de sua extrema caridade
que não conhecia limites nem fronteiras e que atingia as raias de virtude
heróica.
9
O
MISSONÁRIO ITiNERANTE
O que
não encontramos nos relatos sobre a vida e obra do Padre Rolim é seu grande desempenho missionário
que envolveu o maior espaço de sua sacerdotal.
Aquilo
que encontramos nas entrelinhas de sua história,ao longo dos seus quase 75 anos de vida consagrada ,não apresenta a
dimensão de sua exaustiva atividade missionária , apenas tange de longe esse
potencial de evangelizador no sertão nordestino.
Somente,vasculhando
os antigos relatórios transcritos nos jornais da época podemos, ainda
hoje,encontrar referências às repetidas e demoradas atividades missionárias do
padre mestre em diversos lugares
fincados nos sertões do Ceará,do Rio Grande do Norte,de Pernambuco e Paraíba.
De modo
simples e eficiente o Padre Rolim foi desenvolvendo uma ação pastoral e
evangelizadora abrangente, especialmente ,voltada para os mais carentes e
abandonados:os escravos que na mentalidade daquela época eram considerados como
simplesmercadoria ,indignos de qualquer atenção por parte de senhores e quiçá
da Igreja local.
O padre
Rolim,chegando na localidade,apenas requeria uma licença temporária para atuar
na qualidade de capelão,sem nenhuma remuneração,uma tarefa de evangelizar e celebrar Missas,batizados e
casamentos religiosos dos escravos e de mais habitantes pobres daquela
região.Dessa atividade pastoral existem registros nos arquivos paroquiais,a
exemplo do consta na Paróquia de Santana na região do Seridó ,RN.Na zona do
Jaguaribe e do Cariri no Ceará.
10
ÚLTIMOS
ANOS
Em
1877,por motivo da grande seca que assolava a região,o padre Rolim encerrou as
atividades do Colégio em Cajazeiras.A partir desse ano,recolheu-se a um retiro
em que se ocupava apenas dos exercícios
da oração,meditação,e leituras de alguns livros e revistas que recebia periodicamente da Europa.
Em
1880,já um tanto alquebrado,tentou reabrir o educandário,porem não obteve nenhum êxito.Sendo assim,deu por
encerrada a missão de evangelizar por meio da escola,e continuou a tarefa
através das visitas diárias às famílias residentes na cidade.
Foi
nesse tempo que o padre Rolim também realizou um sonho ,aliás antigo de
escrever e publicar dois livros e o
fez,com a ajuda financeira do sobrinho ,o Comandante Vital.A edição desses ,uma
gramática de grego a que deu o título de Extrato de gramática grega,e o outro Noções da História Natural ,
foi impressa em Paris.
Era
admirável o vigor físico do padre mestre, aos oitenta e tantos anos de
idade,quando,na sua simplicidade e humildade fazia sua própria alimentação,dispensando
a ajuda das pessoas que se ofereciam
para essa tarefa.É verdade que o padre Rolim,sendo afeito a uma alimentação frugal,alimenta-se
apenas de leite,frutas e biscoito.
Em 1888,já um tanto mais alquebrado,ainda ajudou
na construção da Matriz da Piedade,acompanhando os cortadores de madeira,na
serra do Bartolomeu.Parentes e amigos contaram que certo dia,em pleno verão,o
padre os advertiu de que deveriam
procurar abrigo em alguma casa para dormir,pois iria chover nessa noite.Ninguém
levou a sério o aviso e permaneceram na mata.Nessa noite caiu um pé d’água que até o rio botou uma enchente.No dia
seguinte,a padre reapareceu e todos perguntaram : como ele teria adivinhado
essa chuva.Ele respondeu que apenas tinha visto um furão carregando os filhotes
da areia do rio para um local mais alto,num gesto de defesa.
A
partir de 1896,estando em estado de demência senil ,já não podia mais se
deslocar sozinho em seus aposentos,era assistido por seus parentes,mas se dava
ao cuidado de aconselhar às pessoas na observância dos Santos Preceitos de
Deus.
11
A
MORTE DO JUSTO
“É sentida
por demais pelo Senhor a morte dos seus Santos”.A vida do Padre Mestre se estendeu por quase todo o século XIX.Nasceu a 22 de Agosto de 1800 e faleceu
aos 16 de Setembro de 1899,contando 99 anos e vinte quatro dias.
A sua
morte,apesar de esperada,por toda a população,bem como,por seus parentes mais
próximos,dada a precariedade de sua saúde,contudo,deixou profundamente consternados todos os cajazeirenses.A lenta
agonia que precedeu o desenlace
fatal,seguido da repercussão do falecimento do Padre Rolim,foram descritos por
João Moésia Rolim em um artigo que o padre Heliodoro Pires transcreveu em seu
ensaio biográfico ,Padre Mestre Inácio Rolim . O mesmo vai
transcrito,parcialmente,a seguir:
“ Foi
no Sábado,16 de Setembro de 1899,que teve lugar o tremendo eclipse que
submergiu nas espessas trevas do túmulo o venerando padre Inácio de Sousa
Rolim,de imperecível memória.
Faleceu
às 8 horas da noite,no importante estabelecimento de educação que ele fundou e
onde sempre viveu retirado de todas as coisas mundanas,entregue às práticas da
caridade cristã e a uma quase abstinência total de alimentação.
Quando
a triste notícia circulou por todos os ângulos dessa cidade...Indivíduos de
todas as classes ,de todos os matizes,de todas as idades,de todos os lugares
circunvizinhos,ali foram,em piedosa romaria verter lágrimas de verdadeira dor
sobre aquele corpo inanimado ou oscular,contritamente,aquelas mãos
caridosas,que tantos benefícios difundiram...
Seus
últimos momentos foram assistidos pelo reverendo padre Joaquim Cirilo de Sá,que
naquela fase angustiosa,regia essa freguesia ,na ausência do padre Marcelino
Vieira da Silva Sobrinho.
Sua
morte foi de um justo.Exalou o último alento sem fazer um gesto que indicasse a
existência de uma dor...Só foi inumado na segunda-feira ,18 do mencionado mês
,cerca de meio dia,ao lado esquerdo do Altar-Mor da Matriz,templo que ele construiu no inicio
de sua imaculada vida de sacerdote,exemplar e abnegado.Sua morte teve lugar em
Setembro,no rigor do estio(seca),como ficou dito;entretanto,seu cadáver ,que
foi sepultado quase três dias depois da morte,não exalava nenhum odor que
indicasse putrefação.
...o
momento foi celebrado pelos padres Joaquim Cirilo de Sá e Manuel Vieira da
Costa...Seus parentes e amigos,ex-alunos rendiam homenagem a um justo,que nunca
teve ódio,que abominava a malevolência,que detestava a perfídia...Era um
verdadeiro modelo de bondade,em síntese
sua uma via-láctea de coisas sublimes:sabedoria,virtude
e caridade...
Obedecendo
à voz de Deus,deixou o invólucro terreno r subiu a receber pelos atos desta
vida temporária o premio de uma vida de eterno gozo no seio da Luz.
O fato
de corpo do padre Rolim ter permanecido fora da sepultura por mais quarenta
horas .sem exalar mau
cheiro impressionou vivamente a população cajazeirense que lhe atribuía
virtudes de um santo,o que se propagou rapidamente no meio do povo que ele morrera em odor de santidade.
12
O TÚMULO
Eis a
pergunta ! Onde se encontra
o túmulo do Padre Rolim? O túmulo que não se vê,ninguém conhece nem sabe onde
está?
Ao se
aproximar o Centenário da Diocese de Cajazeiras a ser celebrado nos próximos
anos de 2014/2015, está no tempo de fazer uma pesquisa,que seria quase
arqueológica com o objetivo de encontrar os sinais dessa sepultura na qual é
possível encontrar os restos mortais do
padre Rolim sepultado a cento e treze anos atrás.
O certo
é que o padre Rolim foi sepultado no piso da antiga igreja Matriz de Nossa
Senhora da Piedade em Cajazeiras,no dia 18 de Setembro de 1899.Mas,onde está o
túmulo que ninguém vê?Nem sinal por pequeno que seja!
Voltemos
à história escrita ou gravada na memória dos antepassados,história que nos
revela que naquela segunda-feira,18 de Setembro de 1899,por volta do meio
dia,numa vala aberta no pavimento da Matriz,ao lado esquerdo do Altar Mor ,foi
depositado em urna simples o corpo do padre Mestre e sobre esse jazigo foi
colocada um laje de pedra com a seguinte inscrição em baixo relevo:” Aqui jazem
os restos mortais do padre Inácio de Sousa Rolim in memoriam” e a data:
18/09/1899.
É bom
saber que com a criação e instalação da Diocese em Cajazeiras nos anos de 1914
e 1915 respectivamente,foi feita uma reforma e ampliação da antiga igreja
matriz da Piedade e nesse trabalho,não houve uma preocupação de conservar ou
preservar o túmulo em questão.Talvez pela pressa na conclusão das obras ou quem sabe por falta de recursos financeiros,sendo
o pároco o monsenhor Constantino Vieira,deixou se apagar o sinal e desaparecer
a lápide que evidenciava a presença daquele túmulo.E ficou,lamentavelmente,
ignorada a sepultura do padre Mestre.
Instalada
a Catedral nessa Matriz cujos trabalhos foram concluídos em 1917,estava selada
a dúvida:onde ficou o túmulo do padre Rolim? Uma vez que o templo foi ampliado
,o Altar Mor antigo foi demolido,o novo Altar foi construído noutro
local,vários metros atrás do antigo,uma vez que a ampliação foi feita no
comprimento e na largura da velha igreja.
A
Catedral Sé permaneceu até 1957 na igreja onde hoje está a Matriz de Nossa Senhora de Fátima,paróquia
que já completou o jubileu de ouro em
2007.Nessa igreja Matriz está e continua em algum lugar ignorado o túmulo do
padre Rolim.
POSFACIO
Este
fascículo,como já ficou explicitado na Introdução,não teria jamais o objetivo
de esgotar o repertório em torno da vida
exemplar do Padre Rolim.Foi tão somente um despertar para essa realidade que se
transformou nesses últimos tempos numa espécie de puro mito.
O padre
Rolim cujo nome é declinado por tantos meios de comunicação,não parece ter um
significado lá muito real.Aparece na mídia,como o apelativo de um ser
estereótipo desencarnado,que se viveu foi numa esfera um tanto afastada da
realidade humana,no qual as pessoas jamais poderiam tocar.
Lendo,
com atenção, os capítulos relatados nestas páginas poderão ajudar o leitor a
ter a imagem mais nítida de um ser humano dotado de carismas e virtudes
cristãs,vivendo no seu tempo em atitude desafiadora diante de todos os
problemas que encontrou.
Este
opúsculo pode,também,oferecer uma visão do padre Rolim diferente daquela já
conhecida, do homem culto,do exímio educador de que tanto se falou em outras
biografias,anteriormente publicadas.Poderia,quem sabe,levantar questionamentos
ainda não expostos na mídia a respeito da autenticidade de todas as afirmações
feitas sobre a vida do biografado.Uma
coisa,porém,é certa: tudo o que foi escrito é fruto de uma acurada pesquisa nas entre linhas dos
escritos anteriores ou na tradição oral dos antigos conhecedores da vida
emblemática do padre Inácio de Sousa
Rolim. É, ainda mais,uma tentativa de incentivar o público leitor a torcer pela
introdução do processo de beatificação
daquele que foi o incentivador da
caminhada missionária da Igreja no sertão,particularmente,em sua terra natal, Cajazeiras,sede
episcopal,terra que “ ensinou a ler”e amar a Deus e ao próximo.
O
autor:Padre Raymundo Honório Rolim.
CARTILHA DO PADRE ROLIM
TEXTOS DA PROFESSORA
TELMA ROLIM CARTAXO ENTITULADO
SALVE MESTRE
SALVE PADRE ROLIM
MESTRE
Desta forma com certeza, a juventude do ontem (do teu passado) assim falou
Hoje com
certeza ao tomar conhecimento da
grandiosidade de tua OBRA, assim falará, Mestre?
O tempo passou,A OBRA ficou?
Ficou gravado
no peito do tua Cajazeiras, ficou
gravado nos anais da História da Paraíba,do Brasil e
do Mundo.
De fato com
tenacidade,dignidade,humildade,inteligência, solidariedade cristã,Oração Trabalho
e Fé.
Conquistastes
o UNIVERSO.
ÓH MESTRE ?
Na fonte da tua SABEDORIA CULTURAL e evangelização que veio do ALTO.
Deste-nos de
beber do CÁLICE do AMOR a DEUS e ao PRÓXIMO.
Ao ponto de doar-nos teu legado EVANGELICAL E CULTURAL.
ÓH MESTRE
Quanta luz ?Quanto DISCERNIMENTO
Visitando ontem o SITIO SERROTE...
Na fertilidade
de minha imaginação
Te vejo por entre
as Cajazeiras
A escutar o canto das CIGARRAS
E o tilintar dos
PASSARINHOS
Encantando com o coloridas das BORBOLETAS
Extasiando com a beleza da ARQUITETURA do DIVINO PAI ETERNO
Conjecturastes
na vocação
Confidenciando a
VIRGEM DA PIEDADE, que querias
ser SACERDOTE
E o foste...
Fostes com tanto
FERVOR E CONVICÇÃO.
Que ao som do GORJEIAR DO SABIÁ
Destes
voo a CAJAZEIRAS
Nas
ASAS DO APOSTOLADO DO CRISTO
REDENTOR
SALVE
MESTE....
SALVE PE. ROLIM....
AUTORA : Maria Telma Rolim Cartaxo
OBSERVAÇÃO: Esta poesia foi feita por
Maria Telma Rolim Cartaxo, na época em que se batalhava o
BICENTENARIO de Padre Inácio de Sousa Rolim
Cartaxo , era secretária de CULTURA ESPORTE E TURISMO,
gestão Prefeito Epitácio
Leite Rolim. É bom lembrar e salientar que o ex Deputado Estadual e Federal
EDME TAVARES DE ALBUQUERQUE
foi o mastro principal
deste feito
histórico,religioso e cultural da CIDADE
DE CAJAZEIRAS—PARAIBA
------------------------------------------------CARTILHA
DA VIDA
E MISSÃO DO PADRE INACIO DE
SOUSA ROLIM
1800 ----- 1899
====================================================
FOTO DE CAPA Pe Rolim
E o
logomarca dos 150 anos de Cajazeiras e uma foto
de fundo do monumento do Pe Rolim que esta ao lado do Colégio N S de
Lourdes e atenção designer as cores de preferência da bandeira do municipio
========================================================
EVANGELIZADOR E EDUCADOR
INCENTIVADOR DA COMUNIDADE
MISSIONÁRIA DA IGREJA CATÓLICA
NO SERTÃO
PARAIBANO Cajazeiras PB
AUTOR: Pe. Raimundo Honório Rolim
Colaboração-Maria Telma Rolim Cartaxo
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